O Impacto e as Implicações do 'Voto Útil' na Política Democrática
Nas últimas eleições legislativas em Portugal, observou-se uma estratégia comum em sistemas políticos multipartidários: o apelo ao "voto útil". Embora pareça uma tática benéfica, a curto prazo apenas beneficia os grandes partidos como o Partido Socialista, e a longo prazo acarreta consequências devastadoras para partidos de menor dimensão, afetando assim a integridade e diversidade do sistema democrático.
Bloco de Esquerda e Partido Comunista Portugues foram os mais penalizados
É demais evidente que a 'Geringonça' apenas beneficiou o Partido Socialista e o apelo ao "Voto Útil" apenas leva a uma bipolarização entre PSD e PS, limitando e reduzindo a diversidade de opiniões, bem como o enfraquecimento do papel dos partidos emergentes e dos partidos de nicho. O voto útil leva os eleitores a escolher a viabilidade eleitoral em detrimento do seu alinhamento ideológico. Parece paradoxal, mas o apelo ao voto útil em 2022 para evitar o "papão da direita" no Governo provocou na prática a erosão dos partidos à esquerda do espectro político.
O apelo do PS não foi nada mais do que uma chantagem que prejudicou toda a esquerda, enfraquecendo-a, limitando o seu poder de negociação, intervenção e visibilidade dos partidos de menor dimensão à esquerda.
A longo prazo, o voto útil gera desconfiança nas instituições políticas, já que a falta de escrutínio e diálogo leva os eleitores a sentir o sistema democrático como "viciado".
Em resumo, enquanto o voto útil pode parecer uma estratégia eficaz para garantir resultados eleitorais específicos, a longo prazo é prejudicial para a saúde da democracia. É essencial, portanto, ao exercer o nosso poder de voto, ponderar todas as consequências de um voto útil e tentar encontrar um equilíbrio que preserve a diversidade, a representatividade e a integridade do sistema político.
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